“E o verbo se fez carne e habitou entre  nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do  Unigênito do Pai” (João 1.14).
  Essas palavras são muito conhecidas e significativas. Elas nos lembram  que o Verbo, Aquele que criou todas as coisas e por meio de quem tudo  subsiste, se restringiu. Deus se limitou e se fez gente. Jesus se  desprendeu da glória celestial, onde os anjos o adoravam noite e dia, e  se fez bebê, criança, jovem e adulto com o único propósito de nos fazer  ver a glória. 
  A glória de Jesus foi vista, não quando ele estava em um alto lugar, em  um lugar de imponência e resplendor, mas, sim, quando ele desceu a um  lugar mais baixo, mais simples, menos pomposo; quando ele se desprendeu  de tudo e passou a viver como as pessoas e entre elas. Por causa desse  ato do Deus, João, aquele simples pescador de um mar tão pequeno, pode,  andando e convivendo com Jesus, testemunhar essas palavras: “E VIMOS a  sua glória”. A glória de Jesus foi vista porque, primeiro, antes de  tudo, ele desceu do lugar mais alto para andar no lugar mais baixo.
  A manifestação visível da glória de Deus não acontece nos lugares  sublimes e cheios de brilho, mas, sim naqueles atos de desprendimento,  de entrega e de renúncia em favor de alguém. Quando alguém se desprende  da sua posição para estar com o outro; do seu dinheiro para ajudar a  outro; da sua eloqüência para estar calado; da sua vaidade para  tornar-se servo; da sua publicidade para tornar-se anônimo; da sua  agenda para estar disponível; então, a glória de Deus encontra espaço  para se manifestar.
  Contudo, somente os pequeninos se dão conta da manifestação da glória  de Deus. Aqueles que se acham ricos, poderosos e cheios de tarefas não  conseguem percebê-la. Na verdade, eles acham que a renúncia e o  desprendimento são um absurdo. Os valores deles são outros. Mas os  pequeninos, sejam eles pescadores, pastores de animais, viúvas ou  estrangeiros; sejam eles professores, cobradores, estudantes ou  desempregados; sejam eles empresários, industriais, doutores ou  advogados, se forem pequeninos, eles percebem Jesus e a manifestação da  glória de Jesus nos atos de desprendimento. Eles reconhecem que aquela  palavra, oferta, abraço, e-mail, companhia, presença, telefonema, aquele  ato de desprendimento do outro veio da parte de Deus. E no coração,  eles oram a oração de Zacarias: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel,  porque visitou e redimiu o seu povo” (Lucas 1.68).
AUTOR: PASTOR GUSTAVO BESSA 

 
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